domingo, 30 de maio de 2010

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Meu chão sumiu... fiquei pálido...
“- Sua Galinha!”- o pequeno Junior gritou, sem noção do que estava dizendo.
Imediatamente peguei o telefone e liguei para o Elder. Aquele miserável não foi nem capaz de me encarar numa hora dessas, mas procurei manter a calma e conversar com ele sobre essa terrível situação.
A medida que eu ia falando, Patrícia ia debochando das minhas palavras, me deixando cada vez mais irritado até que eu larguei o telefone e dei um murro na boca dela, depois a tranquei no quarto, permitindo sua saída só no dia seguinte, quando eu já estaria pronto para levá-la embora comigo.
Embora eu estava hospedado num hotel, minha irmã caçula, Márcia, morava na mesma cidade, então pedi a ela que ficasse com Patrícia uns dias, até que nossa casa fosse desocupada.
Patrícia continuava a dar trabalho, mas pelo menos estava longe daquele crápula. E eu sabia que ele não era homem suficiente para ir atrás dela.
Enfim, nossa casa ficou disponível e todos nos mudamos. Aos poucos a vida foi tomando seu rumo natural e saudável, com exceção de Patrícia e Suely. Patrícia voltou a se relacionar com seus antigos amigos, mas em casa não havia diálogo e Suely se culpava pelo seu comportamento. Patrícia começou a fazer terapia contra sua vontade, nós a obrigamos. Foi durante a terapia que descobrimos que o Elder persuadia Patrícia a ter relações com ele todos os dias e ela se sentia na obrigação de fazê-lo, além do medo da violência dele.
Os anos foram se passando e Patrícia foi superando seus traumas, fazendo novas amizades, arrumando novos namoradinhos e cuidando de seus irmãos. Já Suely, após as descobertas durante a terapia, tinha cada vez mais dificuldades em lidar com as frustrações da maternidade. Sentia-se culpada pela filha ter passado por tudo que passou e se embriagava todos os dias.
Junior já era um adolescente alegre e cheio de amigos. Nossa casa vivia cheia e essa era a única alegria da minha esposa. Os amigos de Junior adoravam conversar com a “Tia Suely”, mas quando eu chegava em casa, os meninos iam embora, Suely se fechava na cozinha e Junior no quarto. Minha única companhia era Cristina, que parecia viver num mundo a parte. Neste período, Patrícia já trabalhava e estudava a noite. Ela gostava de ter seu próprio dinheiro e enchia Cristina de mimos e presentes.

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