terça-feira, 25 de maio de 2010

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O tempo passou e nossa vida progrediu. Consegui comprar uma casa num sistema de cooperativa e Suely finalmente engravidou. Só que na época, conheci uma linda garota chamada Antonia. Ela era cliente do banco. Charmosa, meiga e inocente, não pude resistir. Trocamos telefone, passamos a nos encontrar no final do meu expediente e começamos a namorar. Eu dizia que não podia ficar muito tempo com ela pois estudava à noite. Ela acreditava e aceitava.
Certo dia, Antonia me flagrou com os documentos da cooperativa e eu tive que me explicar, então a pedi em casamento e disse que estava comprando aquela casa para nós dois.
Como poderia me casar com ela se já era casado e minha esposa estava esperando um filho meu? Me meti na maior encrenca, mas tive que sustentar a história por algum tempo.
Quando a casa ficou pronta, Patrícia tinha três meses, mas eu ainda estava com a Antonia, então atrasei nossa mudança para ganhar tempo, pois eu precisava descobrir um jeito de manter as duas relações que muito me faziam bem.
Pouco tempo depois, após um exaustivo dia de trabalho, ao chegar em casa, qual não foi minha surpresa ao encontrar Antonia, em minha casa, sentada no meu sofá, tomando café com minha esposa Suely... meu mundo desabou, não sabia o que fazer... Antonia correu para meus braços, sorrindo e me beijou, mas percebeu que eu não retribui tanta paixão.
- “Meu amor, não gostou da surpresa?” – perguntou Antonia, decepcionada – “Sua irmã Izabel me convidou para conhecer sua casa e vir jantar com vocês. Aliás, que linda sua sobrinha, como se parece com você.... Agora eu quero conhecer seus outros nove irmãos...” – disparou a falar mudando o tom da voz decepcionada para uma voz entusiasmada.
Espantado, eu olhava Suely e Antonia, juntas... não consegui esconder minha surpresa... peguei Antonia carinhosamente pelo braço, a sentei no sofá e me sentei ao lado dela. Suely permaneceu parada, assistindo tudo como se fosse um filme, passando na TV. Segurei as duas mãos da Antonia, respirei fundo e entreguei os pontos:
- “Antonia, esta moça se chama Suely e não é minha irmã, é minha esposa há seis anos e aquela criança linda que esta dormindo lá em cima, merece um pai melhor que eu, mas eu sou o pai que ela tem.”
Antonia silenciosamente baixou sua cabeça e dos seus olhos desceram silenciosas lágrimas.
Suely levantou, foi até a cozinha, trouxe um copo de água para a pobre garota e me pediu para ser honesto com ela pelo menos uma vez na vida. Dignamente nos deixou a sós para conversar.
Após Antonia ir embora, corri para o quarto da Patrícia, que tinha sete meses de idade na ocasião, ajoelhei-me nos pés de seu berço e jurei que a partir daquele dia eu seria o melhor pai e o melhor esposo que uma família poderia ter.

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